Tive, em tempos, uma grande amiga. Conhecia-lhe os traços, os pensamentos, os movimentos. E ela conhecia-me a mim: de olhos fechados. Não acreditávamos que existissem «melhores amigas» e nunca nos rotulámos com um título que se perdesse no tempo. Ainda assim perdemo-nos. Para a distância. Para um erro. Ela traçou uma linha que me cortou a amizade. E todo aquele amor que eu nutria por ela, sim porque a amizade é uma forma de amar, desvaneceu-se. Tenho-lhe saudades, confesso. Da sua forma introvertida de se fazer notar. Confuso?! Erámos assim. Ainda o somos. Ela magoou-me. Eu afastei-me sem uma explicação. Errámos as duas. Tenho-lhe saudades, apenas isso. Não são saudades dos momentos. São saudades das pessoas que éramos quando estávamos juntas. Saudades da confiança que nos preenchia. A confiança foi-se. Ainda assim eu queria que nós ficássemos. Tenho-te saudades, apesar de tudo.

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